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Linha Diabetes

Linha Diabetes

CHOCOLATE preto/negro/amargo e Hipertensão Arterial

26.08.10, João Vilela Gonçalves

Investigadores australianos publicaram no BioMed Central Medicine um trabalho em que avaliaram a influência do consumo de chocolate preto (negro ou amargo) na tensão arterial de pessoas hipertensas.

 

O consumo diário de 30 a 1000 mg de chocolate amargo tornou possível diminuir a tensão arterial "máxima" (sistólica) em 5 mm Hg e a "mínima" (diastólica) em 2,7 mm Hg, possibilitando uma diminuição do risco cardiovascular a 5 anos em 20%. Nas pessoas sem tensão arterial elevada não se registaram diminuições significativas.

 

Este efeito parece dever-se à presença de flavanol polifenol na composição do chocolate. Esta substância induz a formação de óxido nítrico no endotélio (parte interior do vaso sanguíneo, directamente em contacto com o sangue), provocando a dilatação do vaso e a consequente diminuição da tensão (pressão) arterial.

 

Os autores advertem que o consumo de chocolate não deve ser encarado como um tratamento !!!

 

 

Opinião: existem estudos que associam o consumo de chocolate amargo à menor possibilidade de desenvolver diabetes e, nos diabéticos, ao seu melhor controlo. Note que, estes estudos devem ser encarados apenas como efeitos aparentemente relacionados e não como conclusões absolutas.

 

 

Prevenir a Diabetes: a propósito de um estudo

18.08.10, João Vilela Gonçalves

"The Healthy Study: interventions to reduce early diabetes risk" foi publicado em Junho no New England Journal of Medicine e apresentado no congresso da Associação Americana de Diabetes deste ano.

 

 Tratou-se de um programa instituído em escolas dos Estados Unidos da América (EUA) para diminuir a obesidade e a diabetes (tipo 2), patologias em franca expansão em todo o mundo nos jovens ! Nos EUA, cerca de 32% (um em cada três jovens) dos jovens com 2-19 anos têm excesso de peso ou obesidade, totalizando 23,4 milhões de jovens. Destes 17% (12,5 milhões) são obesos. (NOTE QUE: o número de jovens portugueses em situação idêntica tem sido galopante nos últimos anos, com a total indiferença de (alguns) pais e o patrocínio de (algumas) escolas através do conteúdo das refeições disponibilizadas).

 

As estratégias incidiram em alterar a dieta (isto é, na qualidade dos alimentos ingeridos) e em fomentar a prática regular de exercício físico.

 

Dos resultados realce para a diminuição do Índice Masa Corporal e do perímetro abdominal (indicadores de menos peso e menos gordura).

 

Mais informações em www.healthystudy.com.

Dapagliflozina: novo fármaco

08.08.10, João Vilela Gonçalves

A dapagliflozina é um novo fármaco para o tratamento da Diabetes tipo 2 que ainda se encontra em fase (avançada) de investigação.

 

Melhora, supostamente, os valores da glicemia (açúcar no sangue) por aumentar a excreção renal de glicose (açúcar), inibindo a reabsorção renal de glicose. O seu mecanismo de acção é independente da insulina.

 

No último congresso da Associação Americana de Diabetes, o Dr Bailey apresentou um caso com 534 diabéticos tipo 2, medicados com metformina e mal controlados, a quem foi adicionado a dapagliflozina.

 

De acordo com a dose administrada do fármaco, a redução da hemoglobina A1c (média das glicemias nos últimos 2-3 meses) foi de 0,75%, 0,82% e 0,9% ao fim de 24 semanas (6 meses). Nesse período registou-se uma diminuição do peso dos doentes entre 1-1,5 kg.

 

Os doentes que faziam medicação prévia com insulina, diminuíram a dose necessária para se manterem controlados.

 

Registou-se ainda uma diminuição dos valores da glicemia em jejum.

 

Os efeitos secundários mais frequentes foram nasofaringite, hipertensão arterial, dores de cabeça e nas "costas", infecções respiratórias ligeiras.

 

 

Opinião: não é a primeira vez que temos notícias deste fármaco que, julgo, poderá ser associado a qualquer outro. o seu mecanismo de acção deixa-me apreensivo; o futuro dirá que efeitos secundários surgirão (por exemplo, infecções urinárias) com o seu uso continuado. talvez me engane e ele se torne uma mais valia no tratamento da diabetes tipo 2, situação impossível quando só houver genéricos: as empresas de genéricos não fazem investigação e a evolução morre, conduzindo à morte dos próprios genéricos.