O cidadão cabo-verdiano Aristides Pereira, primeiro Presidente da República de Cabo Verde, faleceu hoje. O cidadão tinha diabetes, de acordo com notícias dos jornais.

De facto a diabetes pode prejudicar a recuperação de uma outra qualquer situação clínica. Quer de forma aguda (naquele momento) mas, com maior peso, de forma crónica. Uma diabetes nem sempre bem controlada, afecta SILENCIOSAMENTE a integridade dos vasos, dificultando o suporte sanguíneo a determinadas zonas do organismo. O aparecimento de uma doença que afecte um local já "martirizado" pela diabetes, prejudica muito mais a recuperação. Note que: desconheço por completo o quadro clínico do Sr Aristides Pereira.

Cabo Verde é um país africano em crescimento económico. É também um país constituído por 10 ilhas. Assim, a população residente está, territorialmente, controlada.

este factor é determinante para se fazer um trabalho pioneiro: os rastreio da diabetes naquele país. E se os mais velhos podem estar muito afectados pela diabetes, os doentes mais novos podem ser identificados e controlados da melhor maneira quanto antes. Assim se controla e evita as complicações futuras.

Assim se ganham anos de vida, assim nasce um país. Julgo eu.

P.S.: as minhas condolências para com Cabo Verde e familiares do (ex) Presidente Aristides Pereira

Foi recentemente publicado (American Journal of Clinical Nutrition) um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard (Estados Unidos da América), com cerca de 440 mil participantes, alertando para os riscos do consumo de carne vermelha.

A carne vermelha, especialmente através de alimentos processados (como o "cachorro" = pão com salsicha), aumenta o risco de desenvolver Diabetes tipo 2.

Enquanto o consumo diário de 100 g de carne vermelha não processada aumentou o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em 19%, 50 g de carne vermelha processada (equivalente a um "cachorro" ou a 2 fatias de bacon) associavam-se a 51% de aumento do referido risco.

As proteínas da carne vermelha devem ser substituídas por outras mais saudáveis e que se encontram nas nozes, nos cereais e em produtos com baixa quantidade de gordura.

Os participantes que substituiram o consumo diário de carne vermelha por nozes, cereais e alimentos com baixo teor de gordura viram, respectivamente, o seu risco de diabetes ser diminuído em 23%, 21% e 17%.

Agradeço aos leitores deste blog os numerosos, E PERTINENTES, comentários feitos aos "posts" publicados.

Os mesmos contribuem para o propósito deste blog, por isso foram aprovados e publicados.

AS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS SÃO FRANCAMENTE MAIS MOTIVADORAS QUE MILHARES DE ARTIGOS CIENTÍFICOS.

Infelizmente na minha prática clínica nunca consegui instituir uma consulta de grupo com o propósito de os doentes aprenderem com outros doentes.

No passado mês, foi publicado no International Journal of Epidemiology um artigo sobre obesidade que introduz um conceito novo: o tempo que a pessoa é obesa.

Os autores consideram que a mortalidade por câncro ou por causa cardiovascular aumenta (em relação aos individuos do mesmo sexo e idade que nunca foram obesos) 7% por cada dois anos de obesidade.

Cada 10 anos de obesidade  duplica (mais 100%) o risco de morte. Considerando que as crianças são cada vez mais frequentemente obesas, é lícito esperar que estas irão viver menos anos que os seus pais.